De Inverno Comunicação

contato@deinvernocomunica.com.br

Tenho me sentido dentro de um sonho. No sonho de Patti, por estes dias!

Envolta por essa neblina que não é daqui (não é minha).

Aconchegada nos (a) braços de suas divagações, pensamentos de sentimentos que dançam para ela respirar.

E eu vou junto!

Nos portais em que entra, ela me conduz pela mão

por labirintos irreais, sacerdotisa das histórias vividas

Mulher velha que paira sobre o tempo como se fosse possível amenizá-lo

Mulher sábia que mergulha nos tempos.

Quero ter cabelos brancos também! Mas eles me escapam dos dedos

Como os poemas que costuram essa camisa de força.

Arrebente! – ela diz!

Não, ela não disse nada para mim. Ela apenas vai de uma costa a outra

Levantando lembranças para olhar embaixo

Sente o tempo queimando em instantâneos de aqui e agora com cores desbotadas de ontens.

Preto e branco. Só?

Vou me achando nas memórias que ela solta,

na menina rata da biblioteca que tinha à mão

na guria que não consegue vencer a tempestade iminente – eu venci, naquele dia, ao menos! Mãozinhas juntas e sob a proteção de Santa Barbara Iansã e São Jerônimo, abaixo daquele céu escuro e imenso. Pedido de um tempo em que acreditavas…

Ainda acredito, exaspera-se ela!

Ainda acredito, repete mais calma. Só que agora é diferente…

quando sinto a velha, sorridente e ainda com quase todos os dentes, bater na minha porta. Como na dela.

Mas ela caminhou mais entre os tempos. Começou confusa e, no ponto em que estamos agora, as lágrimas, sem motivo algum evidente, descem lentas, calmas pelas bochechas, enquanto nos entrelaçamos, ela e eu, em um terno abraço acolhedor – que nunca nos daremos. (?)

Eu e ela, mulheres em páginas amareladas por imensos corredores com cheiro de mofo. Assim nos encontramos… cinquenta anos depois.

Deixe um comentário

O seu endereço de e-mail não será publicado. Campos obrigatórios são marcados com *