De Inverno Comunicação

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… e eu amava essa mulher, viu, e ela era toda metódica, contava o senhor grisalho a um jovem não tão jovem assim, sentados lado a lado naquele imenso saguão de aeroporto vazio, aquela hora da madrugada.

Uns corpos aqui, outros acolá, o som distante de um aspirador que faz serão vem da outra ponta. Depois do vidro, o escuro e um céu de lua límpida, daquelas bem cheias que fazem um tapete de luz tremelicar onde era o mar.

Silêncio. Poucas vozes sussurram para o silêncio. O senhor segue conversando. Outro lê um livro, alguém rabisca algo e todos os sofás confortáveis que a moça da lanchonete falou que teria ali dentro estão ocupados por corpos entregues ao cansaço. Desacomodados, dormem como podem.

Um tom meio azul parece recobrir a noite desse céu escuro no outro canto de olhar do escrevinhador que desenha lembranças de um fim de semana que não ficou perdido numa data esquecida. Num belo dia de um ano estranho, uma folha amarela a reencontrou com aquela madrugada. E abriu um sorriso no rosto já marcado pelo tempo de um corpo que não esquece os melhores momentos.

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