De Inverno Comunicação

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É muito legal voltar a
ouvir uma canção e reviver tudo – ou o que a memória permite! Não raras vezes
essas canções cantam também os pedaços da vida de quem a ouve. Comigo é assim,
quase sempre. Uma canção antiga é capaz de trazer cenas, lembranças, pessoas,
pendengas, empreitadas boas, amigos, amigas, amores…

Por isso, mais uma vez
bastou ouvir os primeiros acordes de Filme, do Cores d Flores para que meu ser
inteirinho reagisse. Quando entrou “De Inverno”, d’OAEOZ, me toquei que estava
ouvindo a coletânea Rock de Inverno – Mostra da Nova Música Independente de
Curitiba. OAEOZ do tempo do Igor… aquele menino que um dia o Daniel levou lá
em casa e que se transformou no parceiro musical primeiro do Ivan, que o
apresentou ao Rubens… enfim. (eu avisei que é só ouvir que as histórias vão
voltando).
Há 15 anos, nos dias 8,
9 e 10 de junho de 2000, no Circus Bar, acontecia a primeira edição do nosso primeiro grande desafio, o  Rock de Inverno – Mostra da Nova Música
Independente de Curitiba , com os shows começando “impreterivelmente às
23h”.  rsrsrs. uma ‘briga’ nossa desde
sempre esse negócio de horário de shows!

No palco,  Faus (banda do Coelio), Plêiade
(‘retornando’), Zigurate, Loaded, OAEOZ (que acabou tocando na sexta), Cores d
Flores, Madeixas, Quisto (depois Loxoscelle) e Zeitgeist co. Na plateia, muita
gente, entre os quais, Carlota Cafieiro, jornalista do Correio do Povo, de
Campinas, repórter do Alexandre Matias; e ele, o figuraça, uma atração à parte, o  músico e, na época, jornalista da Bizz, que acabou escrevendo sobre o festival para o Estadão: Minho K!

Na produção eu e Ivan,
com  Mackoy ajudando no som, Marcelo
Borges nas imagens e meus pais recebendo os jornalistas convidados, levando os
dois para almoçar, enfim, fazendo as honras da casa enquanto eu e Ivan estamos
nos respectivos jornais em que trabalhávamos (Gazeta do Povo e Jornal do
Estado).  Lembro bem da ansiedade!!


A De Inverno nascia
ali, antes mesmo de ter ciência disso. Nossa vontade era muito simples: mostrar
para o Brasil essa nova geração da música curitibana, pós “Seattle
brasileira”,  nascida em meados dos anos
90 em diante com canções em bom português. Mais ou menos na mesma época o Ivan
preparou um kit sobre essas e muitas outras bandas da época e enviamos para
jornalistas-chave. A gente não tinha dúvida da qualidade dessa nova
safra e sabia que, se queríamos que o resto do mundo soubesse, alguém tinha que
fazer alguma coisa. Uma das ações – além de organizar um festival bacana, com
estrutura bacana, pensando nos artistas e na qualidade do equipamento de som – foi
convidar jornalistas de veículos importantes para virem cobrir – leia-se bancar todos os custos da
viagem e estadia.  Outra estratégia era ter
bandas de outras cidades, também das novas cenas, para assim completar nossa
proposta de “inserir essa nova geração curitibana na nova cena nacional”, o que
fizemos a partir da terceira edição.

Material gráfico
bonito assinado pelo Camarão e Alexandre Striq e um press kit que, além dos tradicionais releases
e fotos, também tinha uma coletânea com uma música de cada banda, uma marca do Rock de Inverno, que deu início ao acervo do Selo.

Lá fui eu toda
confiante como projeto na mão caprichado
bater na porta de algumas empresas. Lembro muito da Cini, acho que
foi para quem mais liguei.  Em uma tarde, lembro até o telefone público  (hoje inexistente, claro) do qual falei com o Ivan, à beira das lágrimas porque não
me conformava: “como as pessoas podem não querer apoiar um projeto legal como
este?”. É, eu achava tão improvável isso na época. Sonhadora, iludida!
Hahahaha. Enfim, não rolou apoio e fizemos com nossos salários mesmo!  Pois é, vale sim ser sonhadora e iludida, às
vezes!
A casa cheia nas três
noites foi algo incrível.  Ao tentar voltar pra frente do palco no show da
Plêiade uns engraçadinhos quiseram não me deixar passar… tá bom! Claro que
eu ri e disse que era para ele me agradecer ao invés de me barrar e fui para o meu lugar preferido!
De outras cenas que não
esqueço Minho K é a estrela.  Ele e
seu indefectível chapéu. Lá pelas tantas, em algum dia, estava o jornalista
estirado no chão, curtindo o som. Completamente tomado pelos
sons das bandas que tanto curtíamos também! 
Foi sem palavras, porque além de jornalista ele tocara em
uma banda que eu e Ivan curtíamos há anos, embora pouco conhecida. Um disco que
eu lembro do instante em que peguei nas mãos, com sua capa de vinil linda e
suas canções incríveis. No final, eu e Ivan cantávamos canções do 3 Hombres,
cada um de um lado do Minho K. E ele lá, sem acreditar naqueles dois doidos
chorando de alegria e não acreditando ainda no que tínhamos feito.
Vendo hoje,  ainda que tivéssemos feito uma única edição
do Rock de Inverno, aqueles três dias já teriam tornado tudo mais especial.
Mas, não paramos. Veio o segundo, terceiro ( no 92, com 22 jornalistas convidados,
entre os quais MTV, Folha, Estadão, Alto Falante), quarto, quinto (com a atração internacional,
Transcargo), sexto e o sétimo (que trouxe Fellini e fez nossos amigos,
marmanjos chorarem por aquele momento).

Entre erros e acertos, gosto da nossa
história, tenho orgulho dela e ela me dá muito alegria ainda hoje.

E aqui, pra relembrar e reviver, o link com a coletânea Rock de Inverno – Mostra da Nova Mùsica Independente de Curitiba.

http://deinvernorecords.bandcamp.com/album/rock-de-inverno-2000

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