De Inverno Comunicação

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Nestes tempos estranhos, que não imaginávamos viver, a música e as histórias continuam sendo alimento para manter sanidade e o espírito tranquilo. Enquanto artistas e produtores buscam alternativas para manterem suas vidas dentro de casa em sistemas diferentes do habitual vamos aproveitar para relembrar alguns bons momentos da música alternativa paranaense e brasileira, inicialmente a partir dos trabalhos já feitos pela De Inverno, mas não só! Nada melhor que começar do começo, OAEOZ, a banda que originou a De Inverno Records e o Rock De Inverno, festival cuja primeira edição aconteceu há 20 anos.
A formação clássica d’OAEOZ foi: Ivan Santos, Igor Amatuzzi, Rodrigo Montanari Bento e Hamilton de Lócco. Contou também com a breve passagem do Eduardo Hutten e seu violino na primeiríssima formação, lá em 1997/1998 e, posteriormente, com Carlos Zubek e André Ramiro, em fases importantes da história da banda.
Neste disco, a maioria das composições é do Igor e traz os primeiros registros de Ivan fazendo a voz principal. Como compositor, o Igor era também o principal vocalista, com Ivan mais no backing. “Talvez” é a primeira composição assinada pelo Ivan e também a primeira em que ele faz a voz principal n’OAEOZ. O álbum foi gravado no sotão da Casa das Jabuticabeiras, no Campina do Siqueira, que está praticamente do mesmo jeitinho. A gravação foi feita pelo Lúcio Machado, com produção do Ivan e do Igor, com a participação pra lá de luxuosa de Paulinho Branco e Marília Giller. A faixa Texas Dream está na trilha sonora do filme Nossa vida não Cabe num Opala, dirigido por Reinaldo Pinheiro, adaptação da peça “Nossa Vida Não Vale Um Chevrolet”, escrita por Mário Bortolotto.
Curiosidades: foi gravado com o violão 12 cordas emprestado pelo Claudião Pimentel e uma guita Telecaster gentilmente cedida pelo chapa Diego Singh. Existem fotos bacanas em nosso acervo, pois a Adriane Perin registrou o processo para um trabalho do curso de Especialização em História da Arte.


Abaixo, o Igor comenta a obra, a época e sua caminhada musical que segue firme, pra nosso deleite!
“O disco, pra mim, é o que eu diria ser o melhor trabalho do oaeoz com essa formação. Aprendi a escrever letras em português com o Ivan e com o Rubens K. (NR.: Essa história começa com os três mosqueteiros Ivan Santos, Rubens K, do July et Joe, e Igor se conhecendo e fazendo canções, incríveis, no Edifício Tijucas, em plena Boca Maldita de Curitiba, algumas vezes ao som do recém criado Coral de Natal do Bamerindus, sob o nome Dusty. Rubens largou os bets, Camarão entrou na batera e o Dusty virou OAEOZ). Porque na época eu vinha do Tods, outra banda que tive (e ainda tocamos e gravamos, esporadicamente), com composições todas em inglês. Acho que os melhores momentos do disco são as faixas: “waking up” com participação do Paulinho Branco no sax e “Talvez”, composição e letra do Ivan, na qual trocávamos os instrumentos: eu ia pra guitarra o Ivan pro violão e voz. Tocar com oaeoz pra mim era um certo desafio e constante aprendizado: cantar (algo que eu não faço mais porque acho que a minha voz realmente não presta pra isso) e tocar num estilo diferente do que eu estava acostumado a tocar com outras bandas.
O processo de gravação foi sensacional como toda gravação feita em casa: tranquilo e no sótão daquela casa linda onde começou a De Inverno Records. O piloto da gravação foi nosso grande amigo e parceiro Lucio Machado – com toda paciência do mundo. Montamos uns tapumes pra criar um certo isolamento pra bateria e mandamos ver ao vivo, ou quase tudo ao vivo, que eu me lembro.
Só tenho lembranças boas daquela época, tocava toda semana, tinha umas duas, três bandas ao mesmo tempo… muita coisa acontecia no underground que nos abraçava e abria portas. Montamos palcos em bares como o bar do meio do Renan, na Clotário Portugal e montamos o primeiro palco do que viria a ser o Birinights, do Leo, no mesmo lugar que se tornaria depois o Wonka, da Ieda Godoy, pra um show do Tods e Astromato que rolou lá. Ou seja era rock e mão na massa. Lembro do Ivan produzindo material d´oaeoz no braço, arcando com despesas de cópias de fitas, capas, etc.
Essa época marcou também o começo do ESS, banda de rock eletrônico que tinha na formação original o Fernando Lobo, do Tods, Alessandro Oliveira que, entre outras, tocou no Copacabana Club, eu e o André Sakr (in memorian). A banda rodou bastante, tocamos no RJ, em BH, SP, um monte em Curitiba. Só não foi mais pra frente porque não éramos organizados , nao tínhamos assessoria nem experiência nisso, só sabíamos tocar.
Alguns anos depois fui pra Inglaterra, passei 6 meses lá e voltei com mais bagagem, agora pra gravar sozinho. Aprendi a gravar, fazer todo o lance pra finalizar uma música, fazer a foto, a capa e poder dizer: tenho uma música nova. Então gravamos mais material que era pra ser o disco do ESS que não foi finalizado – coloquei na internet uns dois anos atrás. Lançamos mais musicas do Tods com o o Victor Schemes na batera, gravei um ep com o Hotel Avenida, outra banda com a presença do Ivan, na qual toquei baixo – e que gosto muito. Gravei músicas e discos com outras bandas: Plêiade, Humanish, Cairo; gravei mais músicas sozinho e o mais recente foi o trabalho com o santos marti amatuzzi & castel , de volta a uma parceria com o Ivan.
minhas musicas estao todas em: igoramatuzzi.com.br
As faixas:
01 recado
02 dias
03 neblina
04 talvez
05 waking up
06 disco riscado
07 mar ilha
08 monumentos sem cabeça
09 me apaixonei por uma burguesa
10 tudo o que eu queria
11 texas dream

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