A outra edição tinha que ser o máximo. E foi. Em 2004, no Cine. Deu tudo mais do que certo e ainda tivemos a inglesa Transcargo, por conta do Marcelo Borges. Com direito a uma bela roda de capoeira e maculelê com facão que acabou com meu tremos de pernas nervoso. Iê, Força da Capoeira!
Gianoukas Papoulas, Cores d Flores, Wandula, Charme Chulo, OAEOZ, Mordida, Ruido/mm, Trancargo, Deus e o diabo, Fuid, Sofia, Johnz, Matema e Gengivas Negras. Tivemos apoio luxuoso da Gazeta do Povo – e a menor cobertura jornalística por parte do jornal.
Eu não consegui parar. Acho que por aí, o Ivan já estava meio de saco cheio, afinal o que tinha começado como prazer tava virando obrigação. E o estresse era sempre o mesmo. A mostra cresceu, não dava mais pra oferecer nossa casa pros convidados. No sexto, quase caímos no mesmo erro e olha que os donos da casa apresentaram até documentos da prefeitura – que não eram definitivos. Uma checagem por parte da FCC indicou que não constava nos registros legais da prefeitura. Lá fomos eu e Ivan encarar outro dono de bar fdp (nem lembro o nome, mas era esse boteco que tem ao lado da casa vermelha). Voltamos pro 92, mas desta feita, tivemos o menor público de um Rock de Inverno, que aconteceu na primavera com
La Carne, OAEOZ, Stela Campos, Cascadura, Góticos 4 Fun, Gruvox, Goya, Mocambo, Terminal Guadalupe e Gianinnis
Os ventos mudaram
O cansaço era evidente, mas eu posso ser muito teimosa… inscrevemos no edital da Petrobras e não entramos. Os ventos mudaram. Foram dois anos sem o festival – e eu ainda não conseguia largar dele. Até que fui convidada a analisar propostas de um edital da FCC e soube que poderia, como qualquer cidadão, encaminhar à comissão um pedido de edital.
Assim o fiz. Assinada também por outros produtores importantes de festivais da cidade. Foi aprovado o primeiro edital do Brasil exclusivamente para festival de música independente (neste contexto, artistas sem vínculo com grandes gravadoras).
O Rock de Inverno 7, nos dias 24 e 25 de julho de 2009, foi um dos quatros projetos aprovados pela única edição que este edital teve. Tivemos quatro bandas de fora. Todos que tocaram receberam cachê, mesmo que simbólico. Tenho orgulho de dizer que quando pudemos, pagamos pra todos. Quando não pudemos, nenhum recebeu – mas também ninguém tirou do bolso pra vir tocar no Rock de Inverno.
Fellini, Mordida, Lestics, Koti e os Penitentes, Ruído/mm, Je Rêve de Toi, Heitor e Banda Gentileza, Beto Só, 3 Hombres, Diedrich e os Marlenes, Nevilton, Hotel Avenida, Pão de Hambúrguer e Liquespace. Patrocínio da cidade, através do Fundo Municipal de Cultura de Curitiba/FCC. Apoios: Livrarias Curitiba, Jornal do Estado, Influx e 91Rock.
Eu olhava pro lado, Rubens, Coelho, Flavio, Rafael…. olhava pro Ivan… meu, é o Fellini tocando no rock de inverno!!!!!! Lindo, emocionante… e eu fiquei nervosa, ansiosa e irritada (coitados do Ivan , da Mari e da Karla) quase mais que no primeiro. Podem até não acreditar, mas cada show que eu assisti (ou perdi, alguns poucos, por estar na correria) no Rock de Inverno fez minha existência mais especial. E não só porque praticamente todos se transformaram em pessoas mais próximas. Receber essas pessoas inquietas, sensíveis, exigentes e tão talentosas que recebemos pra mim foi um privilégio. E, modéstia à parte, conseguimos estar a altura, porque todos falam muito bem do festival. Não digo que fomos perfeitos, porque não o somos, nem pretendemos. Como a gente costumava dizer por aqui: somos amadores, mesmo, no melhor sentido da palavra.
Nunca quis que o Rock de Inverno fosse um festival grande maior. Prefiro a consideração de quem admiro. Porque o que eu gosto mesmo é desse contato próximo. E, depois dos shows trazer os amigos pra uma prosa ou gig aqui em casa. O prazer de ver uma banda destruindo no palco que você ajudou a armar e poder dizer: “eu sabia que isso ia acontecer e se deliciar com a expressão das pessoas ao redor”.Sempre amei ser platéia e com o Rock de Inverno (e OAEOZ) aprendi que posso estar escrevendo bem mais firme essa nossa história, daqui desse lado. E que fazer parte de algo maior – independente de se é algo grande ou não – é o que faz hoje ser tão especial e dá a chance de daqui uns dias ter todas essas boas sensações pra lembrar, como a gente tem. Valeu moçada De Inverno, vocês que fazem parte desse pedaço da nossa história. Valeu Rock de Inverno. E, em especial, de minha parte, valeu Ivan e OAEOZ. (adriperin)
escreve um livro, Adri, escreve sobre os ultimos 20 anos de musica, não perde tempo não.
é, né gian… fico patinando, teimando… e tem essa história toda…
Eu estive no cinco, e me acabei durante Terminal Guadalupe e La Carne, além de conhecer o gás do riso rock'n'roll que é o Góticos 4 Fun. Foram dois dos melhores dias da minha vida! Até por isso, não consigo ler sobre o Rock de Inverno 7, que eu ia e nao fui porque… bem, não falemos disso. Ainda me dói.
Mas enfim, linda retrospectiva, lindo festival, tia Adri. Penso eu que cabe dizer também: linda vida, a de vocês!
Abraço forte!
muito linda, leo, muito. é só o que consigo dizer neste instante. até semana que vem.
muito legal o texto adri, e muito legal a "luta" e contribuiçao de voces com o rock da cidade. valeu!
E eu fiz parte um pouquinho dessa história, resultado disso tudo? Satisfação! Graças à você e ao Ivan que contribuiram muito com a minha nova e (quem sabe) promissora carreira jornalística! O-B-R-I-G-A-D-A! Foi um privilégio participar e é uma honra saber que estive 'dentro' de deste importante projeto para a cena local e nacional.. Valeu Adri! Valeu Ivan!
Adri, demais! huhuhuhuhu
O melhor é que sei que você não vai sossegar (nem o Ivan). hahaha
bj