“eu parei em mim
escutando seu silêncio sorrir!”
Quando eu te vi chorando naquele dia
tuas lágrimas transbordaram mais do que sabias
mostraram pra mim tanto de tudo que procuras
trouxeram (tiraram) de ti o mais profundo e revolto dos mares
capaz de reconstruir as carnes e esqueleto
e corroer as mais básicas das certezas
baixei os olhos, então,
e meu silêncio foi tudo que pude retribuir
com as mãos grossas de calos na palma
calamos, juntos, nosso próximo movimento
e esperamos a noite chegar
quieta e estrelada outra vez em nossos dias
entre colinas e vales aprender,
de uma vez,
que o canto tem que ser cantado todo dia
e que recolher os pedaços faz parte da vida-morte-vida.