De Inverno Comunicação

(letra e música – Giancarlo Rufatto)

A cidade serra os dentes enquanto ela dorme, o dinheiro acaba, as pessoas somem e o que resta é você e um monte de palavras para queimar
e espantar o inverno, nenhuma chance de dar certo.

O cara ali já foi legal, já foi esperto, mas isso foi há tanto tempo atrás – hoje é apenas alguém mais velho do deveria tentando gostar de coisas que não foram
feitas para ele e desviar os olhos de quem o estrangula, não vai adiantar.

Eu prendo o fôlego, eu esqueço que deixei a vela acesa pra ver se Deus faz a sua parte – se eu não faço, ele não faz. Mesmo assim, eu caminho por ai, me ajoelho e rezo, “mais um round, mais um round” mas sua fé não é o bastante para mudar alguma coisa
e eu digo ok – mas isso não significa que eu não presto, significa que eu presto pouco pra você.

Ainda tenho seu telefone guardado no bolso de trás e me pergunto pra que?
Hey senhorita, me diz pra que?
– pra lembrar, lembrar enquanto o mundo lá fora se desfaz, se desfaz, não me importo, que acabe logo de uma vez.

E acabou.

Quando ela perguntou: “posso ser sua amiga?” e eu respondi: é claro que não.
E esse não, não mudou nada, não tinha sido a primeira vez em que eu desejava voltar ao dia em que eu cheguei e ela me esperava com um sorriso e um bolo.

Não deu certo nem uma, nem duas, nem da terceira vez,
– não deu, meu bem, esquece.

Então me resta continuar tentando simular o acaso e jurar, jurar de pés juntos nunca mais compartilhar do mesmo chão que você.
Nunca mais compartilhar do mesmo chão que você.

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